19 agosto, 2013

Pacific Rim (Guillermo Del Toro, 2013)

É impressionante como Guillermo Del Toro é capaz de construir realidades ficcionais críveis a partir do material mais inverossímil possível. Isso fica claramente perceptível no filme de monstros gigantes que ele realizou esse ano, inspirado nos filmes japoneses do gênero kaiju eiga, como Godzilla (Ishiro Honda, 1954). Todo o seu trabalho se estrutura de modo com que aquela realidade possa existir por si só, mesmo sendo completamente impossível a olhos humanos. Até mesmo filmes recentes muito bem-sucedidos dentro desse mesmo filão como O Hospedeiro (Bong Joon-Ho, 2006) e Cloverfield (Matt Reeves, 2008), que são até melhores filmes, não conseguem construir um ambiente tão bem articulado como aqui.
Del Toro trabalha sempre numa chave onde o humano é muito pouco valorizado em detrimento do universo fantástico o qual o diretor é capaz de construir e em Pacific Rim isso nunca foi levado tão a sério. Todo o material humano do filme existe apenas como um modo de tornar palpável aquela realidade. É como se os humanos e todo o psicologismo envolvendo seus traumas, medos etc. fossem instrumentos possíveis à realização da ficcão, tal qual os pilotos são necessários a locomoção dos robôs. Isso é facilmente percebido quando se vê que todas as situações envolvendo os personagens humanos ou são vividas dentro dos robôs ou no seu quartel-general, afora a presença do ator-fetiche do diretor, Ron Perlman, que funciona como alívio cômico numa Hong Kong futurista, e as suas lembranças/traumas são exibidas em flashbacks emergidos pela ligação psíquica homem-máquina, ou seja, elas funcionam como obstáculos a realização da ação. Toda a fragilidade humana é vista como impeditivo ao cerne da narrativa, que na sua essência, resume-se ao embate entre máquinas e monstros, mas, em contrapartida é essa fragilidade que dá corpo a todo o seu universo.
Deve-se observar também que o universo criado por Del Toro está muito mais próximo de um Tsui Hark, pela preocupação minimalista com todos os seus detalhes, do que com a grosseria habitual de um Michael Bay, por exemplo. A comparação com Bay pode ser levantada por se tratar de uma temática muito próxima da sua trilogia dos Transformers (2007-2011), porém Bay é um cineasta que parece ter aversão ao humano, diferentemente de Del Toro, que parece não entendê-los. Bay retira toda a humanidade de seu universo diegético, até mesmo de seus atores, que funcionam como se tivessem sido pré-programados a executar determinadas ações, enquanto Del Toro utiliza seus atores para garantir humanidade a seus personagens fantásticos, como os monstros kaijus.
Tratar do ser humano sempre muito difícil para Del Toro, muito mais pela incompreensão do que pelo simples asco, da mesma forma que se pode compreender que o personagem mais humano de toda a sua obra é um demônio (Hellboy), que não é capaz de entender a sua existência, se questiona quanto a isso e constrói sua redenção por amor ao homem que o criou e luta com seus poderes "malignos" pelo crê ser certo, da forma mais grosseira, hedonista e individualista possível, ou seja, bem humana.
Mesmo nos filmes mais sérios de sua carreira, feitos fora de indústria de Hollywood e falados em língua espanhola, como A Espinha do Diabo (2001) e O Labirinto do Fauno (2006), ele necessita utilizar do metafísico para tratar do ser humano. Todos os seus protagonistas ou são seres mitológicos (vampiros, demônios) ou são pessoas que se inserem em uma realidade onde o fantástico é tratado como corriqueiro, como com os kaijus de Pacific Rim. Não há, para Guillermo Del Toro, mundo possível habitado somente por seres humanos.

15 julho, 2013

Man Of Steel (Zack Snyder, 2013)



Muito embora possa se ler nos créditos ao final de Man Of Steel que ele tenha sido dirigido por Zack Snyder, a impressão que dá é de que o diretor se entregou completamente aos desígnios da cabeça megalomaníaca de seu produtor, Christopher Nolan, que, este sim, parece ter dirigido o filme.
Snyder é um caso muito particular no Cinema. Após uma estreia muito promissora com um remake de George A. Romero (Dawn Of The Dead, 2004), fazendo um filme muito consistente e com um final completamente desesperador, ele realizou o filme que definiria o seu estilo de filmagem e o deixaria famoso em todo o mundo, um "aborto estético" chamado 300. Após isso, colocou nas telas o seu projeto mais pessoal e apaixonado, tendo-se voltado novamente para o universo das histórias em quadrinhos (Watchmen, 2009).
A partir de 300, Snyder não conseguiu controlar mais os seus fetiches com a câmera (abuso de CGI, câmera lenta excessiva nas cenas de luta, universos ficcionais completamente inverossímeis etc.). Para o bem (Dawn Of The Dead e Watchmen) e para o mal (300 e Sucker Punch), o seu jeito particular de filmar representava algum tipo de autoralidade no cinema comercial americano, porém o que se vê em Man Of Steel é uma total perda dessa identidade atrás das câmeras. Durante a projeção, parecia que a qualquer momento o Batman de Nolan apareceria ali para ajudar o Homem de Aço, ou seja, está muito mais para um filme de Nolan, tentando alçar voos mais altos com um herói super poderoso dessa vez, do que para um filme de super-herói de Snyder, como fora Watchmen, que apesar de todos os seus excessos, é muito mais bonito e consistente que esse filme confuso do último filho de Krypton.
Pessoalmente, eu vejo com muito pesar o que Christopher Nolan vem fazendo com o cinema de super-heróis de hoje (para quem não sabe, ele dirigiu essa última trilogia do Batman). A troco de conferir algum tipo de crítica política a sociedade atual em algo que é altamente lúdico e atemporal como os super-heróis dos quadrinhos, ele faz filmes grandiloquentes, pesados, entediantes e com personagens tão desumanizados que é impossível criar algum tipo de empatia por qualquer um deles, à exceção do maravilhoso Coringa de Heath Ledger, esse sim, histórico, diferentemente do filme do qual participa.
É exatamente desse mal que sofre o mais novo filme do Superman, de longe o personagem mais interessante do universo DC Comics. A última incursão de Kal-El nas telonas tinha sido o subestimado Superman Returns (2006) de Bryan Singer, que para mim é o melhor filme já feito de um personagem da DC. Esse filme se configura como uma verdadeira antítese para esse novo filme de 2013.
Snyder, para apresentar uma visão naturalista e mais humana do personagem, desconstrói toda a sua mitologia, o exato oposto do que Singer fizera. Ele faz questão de retirar todos os signos clássicos que o caracterizam como um mito: o bom-mocismo, o corte de cabelo, o repórter, o "S", a Lois Lane indefesa e até a cueca por cima da calça, para apresentá-lo como um homem, ou melhor, como um Deus na forma de homem, o que o aproxima muito de uma nova visão de Cristo. O Superman, nesse filme, é claramente apresentado como o Cristo daquele universo. É como se essa fosse a maneira de introduzir um personagem tão poderoso como ele, quase imortal, num espectro de humanidade. Ele é enviado por seu pai a Terra e aos 33 anos desperta para salvar os humanos, aos quais se entrega, sempre pacificamente, quando é hostilizado ou incompreendido pelos seus "irmãos" da Terra, que escolheu proteger de todo o mal.
Todo o fio condutor do filme é muito chato, começando com uma batalha intergalática muito sem-graça em Krypton e terminando trazendo a mesma para a Terra, mais ou menos como ocorre no chatíssimo filme do Thor (2011).
Henry Cavill faz um Superman completamente robotizado que só sabe franzir a testa e nada mais, muito inferior ao seu antecessor Brandon Routh, que havia sido uma excelente descoberta, que provavelmente ficará restrita ao filme de Singer. Mas o que pesa mesmo contra o filme é a presença em cena de alguns coadjuvantes: Russell Crowe faz um Jor-El fantasma e onipresente no filme, sendo que sua presença deveria claramente ficar restrita somente ao seu início, passado em Krypton, Michael Shannon faz um General Zod histriônico demais e bem confuso com suas intenções, mas o pior de tudo é a presença ininterrupta da Lois Lane na trama, ela funciona quase como uma heroína no arco dramático do filme, o mesmo papel do Comissário Gordon nos filmes do Batman. Está presente em todas as situações e, mesmo que resolva algumas questões, sempre parece não possuir muita função naquele espaço cênico, além do interesse romântico do herói, mesmo não havendo quase nenhuma química entre os dois. Amy Adams é uma excelente atriz, mas aqui sua Lois Lane nunca parece ser a Lois Lane a qual conhecemos. Mesmo a interpretação um tanto limitada de Kate Bosworth no filme anterior parece léguas a frente da de Amy.
Assistindo Man Of Steel fica a certeza de que a influência de Christopher Nolan no cinema de heróis, que o faz ser tratado como cinema de arte, mesmo que indireta, só contribui negativamente a esse universo e o faz perder toda a vivacidade e luminosidade representativas de boa parte da infância de muitas pessoas que cresceram lendo essas histórias e hoje são obrigadas a ficar 3h no cinema assistindo filmes escuros e vazios que parecem dizer algo sobre a sociedade, mas não falam de nada além do ego de seus criadores. Por favor, que Nolan nunca leia gibis da Marvel.

16 julho, 2012

E Aí... Comeu? (Felipe Joffily, 2012)

Há muito tempo o cinema brasileiro procura encontrar uma fórmula para que seu público identifique nele algo a que já estão acostumados, depois de anos de dominação do cinema norte-americano. E o gênero responsável por criar esse chamariz para o público é a chamada comédia besteirol. Desde "Se Eu Fosse Você" que as produtoras vem tentando atingir seu público por esse viés. Ao que parece, e como demostram as bilheterias, elas conseguiram. Mas não do ponto de vista artístico. Nenhum desse filmes, incluindo aí a péssima incursão anterior de Bruno Mazzeo no cinema “Cilada.com”, atingiu realmente um olhar que retratasse seu público, mas simplesmente um conjunto de piadas que só funcionariam individualmente e que no contexto cinematográfico não se comportam de maneira satisfatória, além de serem dirigidas da maneira mais televisiva possível, como se fossem um especial de fim de ano da Globo.
Eis que surge no cenário atual o fantástico “E aí... comeu?”, que pode não ser um grande filme, mas é um dos filmes brasileiros mais engraçados que eu já vi na vida e o que mais se assemelha as comédias americanas atuais que destacam a amizade entre homens, os “bromances”, principalmente as do grande Judd Apatow, de ‘Ligeiramente Grávidos” e “Virgem de 40 anos”. 
Somos apresentados a três homens na faixa dos 40 anos em um bar, todos de alguma maneira mal resolvidos amorosamente, um recém-separado, um casado que mal convive com a esposa e outro que nunca teve um relacionamento sério e só se apaixona por prostitutas. Todos se encontram em um bar para discutir os problemas das suas vidas, uma mulher que abandonou um, uma esposa que parece ser infiel e um final de livro que nunca parece estar perfeito. E por trás de personagens que em um primeiro momento parecem apenas desempenhar um ponto de vista machista do mundo, pode se compreender realmente como do escracho pode surgir poesia, como na cena da reconciliação do casal por exemplo. O personagem de Marcos Palmeira, que funciona como uma espécie de menestrel no filme, conduzindo toda a trama, desde a apresentação ao plano-sequência final, é impagável. Tem tiradas fantásticas e está bem como há muito tempo não o via em um filme. Em uma das primeiras cenas, em que um personagem menciona algo sobre “vagina” e um outro finge não compreender o que ele está dizendo, o seu personagem categoricamente fala algo do tipo: “Vamos ser claros, vagina não, bu****”. Nesse momento, é como se ele virasse para o público e falasse: “Acabou a palhaçada, agora vamos falar o que realmente acontece”. Em outros momentos do filme, como quando a personagem ruiva do bar, que funciona como um porta-voz do público feminino, fala que as mulheres da mesa ao lado estão se sentindo incomodadas com o linguajar que está sendo usado pelos homens em sua mesa, ele solta um emblemático “f***-se”, que funciona da mesma forma para os espectadores, dizendo que eles irão continuar agindo da forma que estão agindo, não se importando com quem está incomodado ou não na cadeira do cinema. Bruno Mazzeo pela primeira vez age como um ator de verdade, muito distante daquele personagem todo armado de tiradas irônicas inteligentes o tempo todo da televisão e tem um monólogo excepcionalmente engraçado sobre o “poder da criolada”.
Mas o grande diferencial do filme é o fato de ele ser bem dirigido. Todas essas comédias feitas atualmente contam um diretor oriundo dos meios televisivos e que em nada se preocupa em transmitir um pouco de ousadia formal ao filme. As cenas em que os personagens juntos adentram os recintos em câmera lenta são muito bem ensaiadas e o plano-sequência que encerra o filme com um casamento é fenomenal. Isso somente ocorre pelo talento de Felipe Joffily, que faz aqui um filme muito parecido tematicamente com a sua estréia cinematográfica “Ódique?”, um filme muito bom sobre um grupo de pitboys que não teve visibilidade nenhuma e que da mesma forma trata sobre o universo masculino.
Outro diferencial são as participações especiais do filme que são antológicas e funcionam muito bem dentro da estrutura dele e não como um show de esquetes individuais como nos filmes anteriores. Seu Jorge e Murilo Benício compõem tipos magníficos e engraçadíssimos que dão um show à parte e Dira Paes dá uma carga dramática a sua personagem sem cair no clichê desse tipo de filme. Fora Katiuscia Canoro que brilha sozinha em uma cena sensacional, muito diferente do que esta acostumada a fazer na televisão.
Como já dito anteriormente, “E aí... comeu?” pode não ser uma pérola, mas resgata algo de muito bom que sempre houve no cinema brasileiro e que se perdeu graças a essa busca da igualdade com a produção americana, que é a ousadia e a alegria de se fazer um filme. Em muitos momentos, o filme lembra muito o clássico “Bar Esperança” de Hugo Carvana, em que toda a dramaturgia é trazida para dentro do bar, pois se percebermos as ações se dão fora do bar, mas elas só possuem matéria cinematográfica para o filme quando são relatadas dentro desse ambiente. Por isso do casamento final ser trazido para dentro do bar. Mesmo o final, que parece ser redentor, impondo uma ideia de que sem as mulheres os homens são incapazes de serem felizes, faz com as mesmas façam parte com eles desse universo tão caro ao filme. Como diz o cartaz do filme: “A primeira comédia verdadeira sobre amor”, tudo que o filme fala, desde o inicio ao fim, é sobre o amor, não o amor romântico a que estamos acostumados nas comédias românticas, mas sim o amor à vida, aos amigos, ao bar e, principalmente, às mulheres. Em todas as suas formas e tipos.

10 dezembro, 2011

Top Cahiers 2011

Retomando as atividades nesse pobre e abandonado blog, publico aqui, da mesmo forma como fiz ano passado a lista de melhores do ano da famosa, porém decadente, revista francesa Cahiers du Cinemá

1- Habemus Papam (Nanni Moretti)
2- O Estranho Caso de Angélica (Manoel de Oliveira)
A Árvore da Vida (Terrence Mallick)
4- Fora de Satã (Bruno Dumont)
Essential Killing (Jerzy Skolimowski)
6- Melancolia (Lars Von Trier)
Un Eté Brulant (Philippe Garrel)
8- Super 8 (J.J. Abrams)
L'Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância (Bertrand Bonello)
Meek's Cutoff (Kelly Reichardt)

17 agosto, 2011

Super 8 (J.J. Abrams, 2011)


Como todos sabem, J.J. Abrams, criador da série Lost, resolveu se aventurar pela terceira vez no cinema e nos entrega agora este excelente blockbuster juvenil, onde a magnífica Elle Fanning é um dos grandes destaques.

20 março, 2011

Ação do Tempo



Eles eram assim.....





....e ficaram assim
Isso que dá levar muita porrada na cabeça!!!

19 março, 2011

Kick-Ass (Matthew Vaughn, 2010)

É impressionante como esse terceiro filme de Matthew Vaughn é chatíssimo em seu primeiro terço de duração. Mas eu não esperava o quanto o filme poderia crescer após o surgimento dos "herois de verdade" e se tornar uma grande obra, mesmo com esse início problemático. O protagonista é um excelente personagem e é bem interpretado pelo ator Aaron Johnson, mas quando Vaughn se volta para o seu dia-a-dia, seus problemas de relacionamento e sua ideia "fantástica" de se tornar um super-heroi, mesmo sem ter super-poderes, nada parece empolgar. Aquela repetição de situações de humilhação pelos valentões do colégio soam meio repetitivas e sem graça.
Dave é um adolescente comum, "just a regular guy", não é fortão nem um gênio da informática. É como a maioria dos jovens, ele só existe, como o próprio diz em algum momento. Um dia ele resolve lutar contra o crime vestindo uma fantasia. Desse modo ele seria notado, porém, como era de se esperar, ele se dá mal e acaba quase morrendo. Após esse evento, ele perde a sensibilidade de algumas partes do corpo e resolve continuar lutando contra o crime, utilizando essa "dádiva". Dessa vez ele não se dá tão mal e acaba virando um fenômeno da internet, porém desperta a ira de um traficante e entra no caminho de dois super-herois que tentam se vingar dele.
Após o surgimente desses dois personagens, Big Daddy e Hit Girl, o filme cresce de uma maneira grandiosa e todo o marasmo do início vai dando lugar a um turbilhão colorido de sangue e lágrimas. O filme é todo colorido, e o tom cartunesco do início vai se transformando num épico sanguinolento protagonizado por uma menina de 11 anos. Hit Girl, de longe a personagem mais interessante do filme, feita por essa majestosa atriz chamada Chloe Moretz, nos proporciona um banho de sangue dos mais espetaculares já vistos. E Vaughn não nos poupa em nenhum momento da violência. É muito forte assistir às cenas dessa menina retalhando brutamontes como quem corta um simples pãozinho, apanhando e batendo que nem homem e dizendo "giant cock".
E é justamente toda essa violência que dita o ritmo do filme, garantindo a ele toda sua grandiosidade, até o seu desfecho com um espetacular tiro de bazuca. É quando Kick Ass e Hit Girl empreendem sua apoteótica vingança, nenhuma cena de luta aqui é seca ou sutil, que o filme cresce, atingindo um tipo de vingança dos nerds, quando Kick Ass consegue finalmente salvar o dia.
Interessante notar que enquanto Kick Ass é definido por toda sua fragilidade, Hit Girl é por sua dureza, enquanto seus corpos poderiam representar o contrário. Sempre que Kick Ass entra numa briga temos certeza de ele irá se dar mal, enquanto que com Hit Girl temos sempre a sensação contrária. Toda a fragilidade que seu corpo de 11 anos pode representar é apenas superfície para seu personagem que é uma máquina de matar construída pelo pai em busca de sua vingança, quase um Rambo. É impressionante a cena em que ela, sozinha, mata todos os capangas em um corredor, como se aquilo não representasse esforço algum para ela, assim como a dos óculos noturnos em que ela elimina um a um seus adversários como em um videogame sem nenhuma dó por suas vidas.
Destaco também o retorno de Christopher Mintz-Plasse, o McLovin, fazendo o engraçadíssimo e exagerado Red Mist e Nicolas Cage com seu pseudo-Batman armagurado. Muito boa a cena de seu flash-back em quadrinhos. Um dos filmes mais corajosos a que já assisti. O anti-Cavaleiro das Trevas.

14 março, 2011

Good News

Boas notícias: José Padilha foi confirmado como o diretor do remake do filme original do Robocop e Wagner Moura também foi confirmado como o vilão do próximo filme de Neill Blomkamp, o diretor de Destrito 9.
Agora só falta colocarem o Milhem Cortaz para fazer algum psicopata...
Pelo jeito o nosso Elite Squad tá fazendo o maior sucesso lá fora.
Caveira neles, Tio Sam!!!!

09 março, 2011

Os Mercenários (Sylvester Stallone, 2010)

Ver um filme do Stallone para mim corresponde a um espetáculo catártico sem igual. Catarse no sentido de que a identificação gerada por um personagem do Stallone é dada justamente pela possibilidade de fazer tudo o que não podemos, por incapacidade física ou moral, e atribuir a cada ação uma grandiosidade heroica. Cada personagem construído por esse ator ao longo dos anos 70 e 80 entrou no imaginário cinematográfico como um mito, Rocky, Rambo, Cobra, Falcão. Junto com os outros action heroes da epóca, ele deu início a um segmento do cinema comercial, os filmes de porrada, em que brutamontes como ele passavam o filme distribuindo socos e tiros em bandidos em busca de um entretenimento fugaz. E é como uma homenagem a esses antigos filmes de porrada que Stallone fez esse Os Mercenários. E sua ideia não tinha como ser melhor.
Através de um fiapo de trama: grupo de mercenários é contratado para matar um ditador de uma ilha na América do Sul associado a um ex-agente da CIA que transformou o país num grande produtor de cocaína, Stallone fica livre para realizar na direção o filme de ação mais oitentista possível. Que nem nos velhos tempos.
Deixo claro que Os Mercenários não é um filme de ação como os feitos hoje: montagem aceleradíssima, CGI, grande duração, mas sim um filme de ação anacrônico. Filme de ação, não. Filme de porrada. Pois se existe algo em que Stallone se preocupa em filmar aqui são corpos deformados se degladiando e sendo destruídos a todo instante.
Dessa forma, Stallone reúne o elenco mais casca-grossa que um filme poderia ter para se contar uma história dessas. A dupla formada por Stallone e Jason Statham funciona perfeitamente bem, como se fosse um encontro do cinema de ação do passado com o do presente, um brutamontes enferrujado com um bonitão que mete a porrada. Statham se firma facilmente como o grande astro de ação dessa década. Outros dois que estão muito bem no filme são Mickey Rourke e Dolph Lundgren, o primeiro protagoniza um monológo no meio do filme emocionante, onde relata sua perda de humanidade provocada pela guerra e o segundo está super descaracterizado no papel de um matador descontrolado e psicótico que trai o personagem de Stallone. Todos os outros mercenários, Jet Li, Randy Couture e Terry Crews estão excelentes e fazem o que tem que fazer, descem a porrada o filme inteiro. O vilão de Eric Roberts também é bem interessante.
Importante destacar a forma como Stallone filma os corpos, sempre em close, escancarando todas as suas deformidades, cicatrizes, tatuagens e imperfeições, à exceção do galã de Statham. O humor do filme é muito inteligente, sarcástico o tempo todo. Parece sempre que Stallone está fazendo uma paródia do cinema dos anos 1980, onde ele tira sarro principalmente dele próprio. Antológica a cena da reunião dos três grandes action heroes do passado. Aqueles diálogos cheio de sarcasmo e metalinguagem são geniais. Pode não parecer, mas Os Mercenários é um filme muito inteligente. Espetacular.

A Rede Social (David Fincher, 2010)

Partindo de um material que me parecia muito pouco interessante: a criação do Facebook por um jovem universitário americano, Mark Zuckerberg, e o seu enriquecimento por causa dessa invenção. É impressionante a fluidez narrativa que David Fincher obtém aqui. Ele conduz seu filme por toda uma estrutura estranhíssima, que funciona perfeitamente. O filme conta sua história através de flashbacks contados nas sessões judiciais de dois processos a que Mark responde, a um dos gêmeos Winklevoss, que o acusam de plágio da idéia original da criação do site, e a outro de seu ex-melhor amigo, o brasileiro Eduardo Saverin.
O filme apóia toda sua força num elenco muito bom, composto por nomes não-celebrados, excetuando Justin Timberlake, que está impagável na pele do criador do Napster, que dão mais verdade ao filme, pois retratam bem um universo não muito distante do qual os jovens vivem hoje e constroem personagens de carne e osso. Jesse Eisenberg é um ator fora-de-série que já precisava ser descoberto há muito tempo e somente todo o seu gestual corporal e a fluência de sua fala já são fascinantes, e quando utilizados em algum personagem próximo de sua realidade funcionam de uma maneira impressionante. Ele consegue passar a Mark toda a prepotência de um jovem que fica bilionário aos 20 anos e toda a fragilidade de um nerd que começou isso tudo por causa de um pé-na-bunda de uma menina. A cena final em que ele a adiciona no portal em que ele mesmo criou é uma pérola. Andrew Garfield, o novo Homem-Aranha, me surpreendeu muito positivamente e constrói um personagem bem interessante que não consegue lidar com a namorada ciumenta e com o amigo irresponsável e altamente influenciável, que o acaba traindo.
David Fincher dessa vez não abusa de suas montagens confusas e joguetes de roteiro. Constrói um filme excessivamente simples onde tudo é narrado da maneira mais clara possível e todo o caminho percorrido leva o protagonista a um lugar em que já sabemos que ele está desde o início. Sem firulas visuais. A cena da corrida de barcos a remo é muita boa e tem muitos dos tiques de Fincher na direção, mesmo que ele pouco os utilize aqui. Um filme muito mais próximo de Zodíaco (2007) do que de Clube da Luta (1999). Fincher, mesmo não sendo um diretor fabuloso, continua num caminho bem interessente e quando concentra toda sua mise en scène em simplesmente contar uma história, mesmo que não se encontre uma solução, funciona bem mais do que construir joguinhos narrativos espertinhos. Melhor filme do diretor.

07 março, 2011

Ornitorrinco Macarroni

Pois é! Cá estou eu de novo. A falta do que fazer no carnaval aparentemente faz milagres. Enquanto nosso colaborar Xaveco Biba fica indo para os blocos high society eu fico aqui movimentando este blog. Enfim, vamos ao trabalho.

Conqueror - 74 Giorni - 2007

Lista de músicas:
1. Maschere di Uomini (5:59), 2. Il Viaggio (3:06), 3. Orca (5:02), 4. Limbo (3:02), 5. Non Maturi per l'Adilà (5:45), 6. Cormorani (1:19)
7. L'ora del Parlare (5:48), 8. Preghiera (4:22), 9. Miraggi (2:20), 10. Nebbia ad Occhi Chiusi (9:32), 11. Eleutherios (6:31), 12. Master Stefanos (5:55), 13. Cambio di Rotta (5:12).
Tempo total: 64:10

A banda:
- Teclados/Vocal - Simona Rigano
- Guitarra - Tino Nastasi
- Sax/Flauta - Sabrina Rigano 
- Baixo - Daniele Bambino
- Bateria/Percurssão - Natale Russo

Este é o terceiro disco dessa italianíssima banda, vinda diretamente da Sicilia. Eu não ouvi aos seus trabalhos anteriores, assim não poderei dar uma análise comparativa mais crítica. Contudo, posso adiantar que este é sem dúvidas um trabalho extremamente sólido e de altíssima qualidade.

Conceitualmente, este disco trata da aventura do jornalista, apresentador de televisão e famoso aventureiro italiano Ambrogio Fogar e o seu amigo, o jornalista Mauro Mancini, os quais em 1978 tentaram contornar a Antártida em um navio batizado de "Surpresa". Infelizmente, uma Orca causou o naufrágio de seu navio, quando estes estavam próximo as Ilhas Malvinas. Esse dois amigos, então, ficaram a deriva durante 74 dias em um pequeno barco. Finalmente, um barco estava velejando próximo de onde eles se encontravam e os resgatara. A despeito disso, dois dias depois, Mauro Mancini veio a falecer de um problema pulmonar.

Este é o fascinante e triste conceito pelo qual todas as músicas deste disco são baseadas. Musicalmente se falando, este album é bastante inspirado. Contudo, sua veia progressiva só fica mais evidente da quinta música em diante, após uma longa introdução (muito boa diga-se de passagem) feita de um pop-prog melódico. Vale ressaltar os belíssimos vocais femininos empreendidos pela Simona Rigano e a alternância entre saxofones, sintetizadores e flautas, tornando as músicas bastante melódicas.

Aí vai mais um disco para se curtir nesse carnaval. A pergunta que fica é porque estou aqui, postando neste blog que ninguém lê, em vez de estar em um bloco pulando com uma lata de Itaipava na mão, saca? ¬¬

06 março, 2011

Ornitorrinco Youtubero II

Olha bem... Pulp Fiction é um clássico, porém o filme se resume a isso aí. Doa a quem doer, e o choro é livre, saca? ¬¬'


Ornitorrinco Youtubero I

Para conhecimento senhores! Destaque para a  "Can You Get to That?", do Funkadelic, usada como base do video!

Meio atrasado, mas o que é gold é gold e vice-versa, saca? ¬¬*

Ornitorrinco Latin Lover

Sim meus caros seguidores! Depois do nosso amigo Xaveco Biba praticamente destruir este blog com seus posts malevolentes e de baixa qualidade eis que eu surjo das cinzas para revivê-lo!

Assim, e aproveitando que no carnaval a libido das pessoas anda em alta, aí vai um belo disco, no bom e velho sentido musical, para os amantes do trip hop. Quem não conhece o estilo recomendo do mesmo modo, vale como introdução, sem duplos sentidos.

Lovage - Music To Make Love To Your Old Lady - 2001

Lista de músicas:
1. Ladies Love Chest Rockwell (1:19), 2. Pit Stop (Take Me Home) (3:56), 3. Anger Management (Why Must God Punish Me) (4:17), 4. Everyone Has a Summer (4:16), 5. To Catch a Thief (3:17), 6. Lies and Alibis (3:16), 7. Herbs, Good Hygiene & Socks (1:55), 8. Book of the Month (4:28), 9. Lifeboat (4:45), 10. Strangers on a Train (4:36), 11. Lovage (Love That Lovage, Baby) (1:04), 12. Sex (I'm A) (6:19), 13. Koala's Lament (3:53), 14. Tea Time with Maseo (1:38), 15. Stroker Ace (4:29), 16. Archie & Veronica (6:05).
Tempo total: 59:32


A banda: 
- Produtor: Dan the Automator
- Vocais: Mike Patton e Jennifer Charles
- Turntables: Kid Koala

É um disco que peguei no escuro, sem nem saber do que se tratava e gostei bastante. Tem linhas vocais bem interessantes, dividias entre o Mike e a Jenni. Fora isso, temos diversas referências a Alfred Hitchcock, mais notadamente no título de algumas músicas tais como " Catch a Thief", "Strangers on a Train" e "Lifeboat", as quais os bons frequentadores deste blog devem bem saber tratarem-se de filmes do mesmo.
No mais nada mais, divirtam-se nesse carnaval looser, saca? ¬¬'

05 março, 2011

Ornitorrinco na Folia!!!

Passada a depressão pós-Oscar, nada melhor que se esbaldar na folia de Momo. E esse ano a dica do Ornitorrinnnco é passar os três dias de carnaval assistindo os disfiles das Escolas de Samba na Roquete Pinto FM com as aventuras o nosso amigo, o intrépido repórter Felipe Macon, cobrindo os desfiles: Grupo de Acesso no sábado e Grupo Especial no domingo e segunda. Não tem melhor pedida nesse carnaval. Ornitorrinco indica ¬¬

Para assistir on-line basta só executar o plug-in acima ou sintonizar no dial 94.1 FM.

28 fevereiro, 2011

Luto!!!

Esse blog está de luto devido a vitória de Tom Hooper ontem...

18 fevereiro, 2011

Ornitorrinco Engenheiro

Só pra registrar que hoje o nosso grande amigo Ornitorrinco, morador das altas colinas da Zona Oeste, acaba de graduar-se com muitas láureas e honrarias como Engenheiro de Petróleo.
E que venham muitas prospecções a esse mamífero bizarro, saca!?¬¬

17 fevereiro, 2011

Desculpe o Transtorno....

Como se não bastasse meu computador pifou agora....
Mas em breve, assim que aportamos em terras novas, voltaremos a ativa com boas postagens....
Aguardem...

12 fevereiro, 2011

Lázaro Ramos,


o novo José Mayer.

08 fevereiro, 2011

Maria Schneider (1952 - 2011)

Morreu na quinta-feira passada de motivos desconhecidos a atriz francesa Maria Schneider, que ficou famosa (e traumatizada) aos 19 anos por protagonizar cenas de sexo com Marlon Brando no clássico Último Tango em Paris (1972) de Bernardo Bertolucci. Além disso, ela também participou de filmes importantes com Profissão: Repórter (1975) de Michelangelo Antonioni.

03 fevereiro, 2011

Nildo Parente (1936 - 2011)

Morreu na madrugada de segunda para terça-feira, o ator Nildo Parente em decorrência de um AVC. Ator marcado por fazer coadjuvantes em dezenas de produções cinematográficas brasileiras.

27 janeiro, 2011

John Herbert (1929 - 2011)

Morreu ontem devido a um enfisema pulmonar o ator John Herbert, figura essencial para o cinema brasileiro. Atuou em mais de 50 produções, desde as chanchadas da Atlântida até as comédias eróticas do anos 80. Dirigiu alguns filmes, entre eles o clássico da pornochanchada Ariella (1980). Fez muito sucesso na TV nos anos 50 com o seriado Alô Doçura, junto com sua ex-mulher Eva Wilma.

25 janeiro, 2011

Ainda sobre animação....

Como no post anterior eu só consegui fazer um panorama das animações americanas, gostaria de destacar alguns nomes contemporêneos que vêm se destacando pelo mundo no terreno das animações.

Na França, Sylvain Chomet, que depois que seu As Bicicletas de Belleville teve enorme repercussão há sete anos, volta agora ao circuito com O Mágico, animação feita a partir de um roteiro original de Jacques Tati, que já se encontra em cartaz no Brasil.

No Japão, o Studio Ghibli, que desde de 1985 vêm dando ao mundo animações fastásticas, sem se render a computação gráfica. Foi fundado por Isao Takahata e Hayao Miyazaki, sendo o último seu principal nome e principal responsável pelo sucesso das animações japonesas nos festival internacionais de cinema. É autor de filmes como Meu Vizinho Totoro (1988), o mega-sucesso A Viagem de Chihiro (2001) e o mais recente Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar (2009).

No terreno do stop-motion, um nome que se destaca muito é o de Nick Park, que em conjunto com Peter Lord, Steve Box e David Sproxton, fundou a produtora Aardman Animation, especializada na técnica, e foi responsável pelo desenvolvimentos dos longas A Fuga das Galinhas (2000) e Wallace e Grommit - A Batalha dos Vegetais (2005), além de uma série de curtas-metragens com os mesmos personagens, que contaram com o apoio da DreamWorks para sua distribuição. O último filme da parceria foi Por Água Abaixo (2006), que, estranhamente não foi feito usando as técnicas de stop-motion, mas sim CGI. Outro nome importante da animação em stop-motion é Henry Selick, que dirigiu os excelentes O Estranho Mundo de Jack (1993) e Coraline e o Mundo Secreto (2009). Recentemente, o australiano Adam Elliot se destacou nesse terreno com o lançamento de seu primeiro longa Mary e Max - Uma Amizade Diferente (2009).

23 janeiro, 2011

Ornitorrincopédia: Animação

Antes de tudo, eu gostaria de falar que a falta de atualizações no blog e os poucos posts sobre filmes se dão devido a baixa capacidade da minha conexão com a internet, a qual me impede de baixar os filmes; a falta de um bom canal de filmes na TV a cabo; a baixa frequência de idas ao cinema e a preguiça de alugar os filmes. Mas isso futuramente será resolvido. Ou não. Enquanto isso, faço posts bobinhos como esse aqui, que retratam alguns gostos meus, mas que podem não representar interesse a mais ninguém. Mas, que fique claro, o blog é meu e eu posto o que eu quiser (o Ornitorrinco pelo visto encontra-se em coma, vamos ver se ele ressucita depois dessa cutucada), saca!?¬¬

Com o lançamento nos cinemas esse mês de Enrolados (Tangled), o 50° filme de animação em longa-metragem feito pelos estúdios Walt Disney, queria registrar aqui minha paixão por esse gênero marginalizado, que, muitos, ao atingir certa idade, ignoram por puro preconceito. Existem animações muito mais interessantes e bem realizadas que muito filmeco metido a sério por aí, como por exemplo, os filmes da Pixar, que atingiram uma excelência não só tecnológica, mas também dramatúrgica e conceitual nos seus filmes, usando movimentos de câmera e enquadramentos inusitados em animações clássicas. Alguns filmes da Pixar, hoje, são considerados verdadeiras obras-primas como: Os Incríveis, Toy Story 3, o fenômeno do ano passado, e o meu preferido Monstros S.A.. É interessante notar que a Pixar atingiu um reconhecimento tão grande que seus animadores hoje possuem o status de autores, diferentemente do que ocorria com os antigos animadores da Disney.
Porém, o intuito desse post não é citar nominalmente as animações mais interessantes para mim (não posso fazê-lo, pois ainda tenho muitas a assistir, uma vez que deixo de assistí-las nos cinemas devido a tenebrosa dublagem nacional), mas sim fazer um apanhado geral do que os principais estúdios de animação vem desenvolvendo e como esse gênero evoluiu desde 1937 quando o primeiro longa-metragem em animação foi pruduzido (Branca de Neve e os Sete Anões), e, até mesmo, a partir de 1995, quando o primeiro longa de animação em computação gráfica foi realizado (Toy Story).
Me restringo aqui apenas aos grandes estúdios de animação americanos e listo os filmes que pertencem a cada companhia, somente a título de curiosidade, pois aposto que uns 80% do público das animações não consegue diferenciar um filme da Pixar e um da DreamWorks quando vão comprar o ingresso, o que é muito triste.
Desse modo, são eles: a Walt Disney Feature Animation, segmento responsável pelas animações dos estúdios Walt Disney, que viveu todo seu apogeu nas décadas de 30, 40, 50 e 60, tendo como maior concorrente os curtas-metragens dos Looney Tunes produzidos pela Warner Bros. (em sua maioria realizados por mestres como Tex Avery e Chuck Jones, mas isso é assunto para outro post), entrando em decadência nos anos 70 e 80, após a morte de Walt Disney, e sendo reavivada nos anos 90 por causa do sucesso estrondoso de filmes como Aladdin e O Rei Leão, mais tarde retornando ao ostracismo devido ao grande avanço que sua afiliada Pixar atingiu no ramo da computação gráfica, a qual não consegue acompanhar até hoje, mesmo tendo a comprado por alguns bilhões de dólares e John Lasseter, diretor de Toy Story, tenha assumido o setor de animação dos estúdios Disney; a Pixar Animation Studios, que desde de 1995 firmou-se como um pólo na indútria das animações e vem contribuindo para a boa visualização do gênero lançando uma obra-prima a cada ano; a DreamWorks Animation, que vem rivalizando mais ferozmente no mercado com a Pixar, lançando filmes de grande bilheteria, mas que perdem bastante ainda no quesito qualidade, como o filme de animação de maior arrecadação de todos os tempos: Shrek 2 e a Blue Sky Studios, um estúdio de menor porte que cresceu abruptamente após o sucesso de seu primeiro longa-metragem em animação, A Era do Gelo, e que tem em sua equipe o brasileiro Carlos Saldanha.

Walt Disney Feature Animation:

Branca de Neve e os Sete Anões (1937)
Pinóquio (1940)
Fantasia (1940)
Dumbo (1941)
Bambi (1942)
Alô, Amigos (1943)
Você Já Foi à Bahia? (1945)
Música, Maestro! (1946)
Como É Bom se Divertir (1947)
Tempo de Melodia (1948)
As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo (1949)
Cinderela (1950)
Alice no País das Maravilhas (1951)
As Aventuras de Peter Pan (1953)
A Dama e o Vagabundo (1955)
A Bela Adormecida (1959)
101 Dálmatas (1961)
A Espada Era a Lei (1963)
Mogli - O Menino Lobo (1967)
Os Aristogatas (1970)
Robin Hood (1973)
As Aventuras do Ursinho Puff (1977)
Bernardo e Bianca (1977)
O Cão e a Raposa (1981)
O Caldeirão Mágico (1985)
As Peripécias do Ratinho Detetive (1986)
Oliver e sua Turma (1988)
A Pequena Sereia (1989)
Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus (1990)
A Bela e a Fera (1991)
Aladdin (1992)
O Rei Leão (1994)
Pocahontas - O Encontro de Dois Mundos (1995)
O Corcunda de Notre Dame (1996)
Hércules (1997)
Mulan (1998)
Tarzan (1999)
Fantasia 2000 (1999)
Dinossauro (2000)
A Nova Onda do Imperador (2000)
Atlantis: O Reino Perdido (2001)
Lilo e Stitch (2002)
Planeta do Tesouro (2002)
Irmão Urso (2003)
Nem que a Vaca Tussa (2004)
O Galinho Chicken Little (2005)
A Família do Futuro (2007)
Bolt - Supercão (2008)
A Princesa e o Sapo (2009)
Enrolados (2010)
O Ursinho Pooh (2011)

Pixar Animation Studios:

Toy Story (1995)
Vida de Inseto (1998)
Toy Story 2 (1999)
Monstros S.A. (2001)
Procurando Nemo (2003)
Os Incríveis (2004)
Carros (2006)
Ratatouille (2007)
Wall-E (2008)
Up - Altas Aventuras (2009)
Toy Story 3 (2010)
Carros 2 (2011)

DreamWorks Animation:

Formiguinhaz (1998)
O Prícipe do Egito (1998)
O Caminho para El Dorado (2000)
José - O Rei dos Sonhos (2000)
Shrek (2001)
Spirit - O Corsel Indomável (2002)
Sinbad - A Lenda dos Sete Mares (2003)
Shrek 2 (2004)
O Espanta-Tubarões (2004)
Madagascar (2005)
Os Sem-Floresta (2006)
Shrek Terceiro (2007)
Bee Movie - A História de uma Abelha (2007)
Kung Fu Panda (2008)
Madagascar 2: A Grande Escapada (2008)
Monstros vs. Alienígenas (2009)
Como Treinar Seu Dragão (2010)
Shrek Para Sempre (2010)
Megamente (2010)
Kung Fu Panda 2 (2011)
Gato de Botas (2011)

Blue Sky Studios:

A Era do Gelo (2002)
Robôs (2005)
A Era do Gelo 2 (2006)
Horton e o Mundo dos Quem (2008)
A Era do Gelo 3 (2009)
Rio (2011)

17 janeiro, 2011

Globo de Ouro 2011

Foi o tempo em que assistir o Globo de Ouro era algo realmente interessante. Hoje em dia, a premiação tá cada vez mais monótona e previsível e só apresenta como atrativo ver todas aquelas celebridades babando o ovo umas das outras naquele clima descontraído e os sensacionais comentários de um medalhão que a crítica cinematográfica brasileira construiu, Rubens Ewald Filho, que a cada ano se supera com suas pérolas impagáveis. Não falo que ele só diga asneiras, porque não acho que seja verdade, mas que é muito engraçado é. Esse ano ele cismou com o Mark Wahlberg, dizendo que era um péssimo ator, e elogiou muitas bobagens como Glee e Christopher Nolan.
A Rede Social acabou ganhando todos os prêmios principais (Roteiro, Filme e Diretor), o que pra mim não é muito animador. Gosto do filme, gosto do Fincher, gosto do elenco, mas acho o filme muito prosaico para essas premiações. Vejo o filme, simplesmente, como David Fincher filmando eficientemente a biografia do homem que criou o Facebook, ajudado fortemente pelo seu fantástico elenco, principalmente pelo gênio Jesse Eisenberg. Preferiria que Fincher ganhasse esses prêmios por Zodíaco ou, até mesmo, Benjamim Button.
Quanto aos atores, me anima muito o fato de Natalie Portman ter chances reais de conseguir o Oscar, o que me deixaria bem satisfeito. Agora no masculino, provavelmente dará Colin Firth, o que já não me anima muito. Ficaria muito feliz se desse qualquer um entre Jesse Eisenberg, James Franco e Mark Wahlberg, mas é muito difícil.
Acho ridícula a divisão entre filmes dramáticos e comédia ou musical do Globo de Ouro, então o prêmio dado a Minhas Mães e Meu Pai não acrescenta nada. Entre os outros concorrentes a melhor filme que tenho interesse estão O Vencedor de David O. Russel e Cisne Negro de Darren Arronofsky, mas também não me animam muito (talvez Cisne Negro seja um grande filme, mas ainda tenho reservas com o diretor).
Quanto as séries, eu não acompanho muito, mas, ao que dizem, Boardwalk Empire parece ser realmente incrível e finalmente alguém além dos irmãos Coen deu o devido valor ao Steve Buscemi, porém Mad Men continua sensacional e eu sempre acho que ela deva levar algum prêmio. No fim, o que resta é a emocionante homenagem ao Robert De Niro, um dos maiores atores que Hollywood já teve e protagonista de filmes muito emblemáticos pra mim, como Taxi Driver (1976)

Quem quiser conferir todos os vencedores clique aqui